Transportadores da Matola-Gare e do KM-15, no município da Matola, voltaram a paralisar as actividades em reivindicação a degradação da estradas. Queixam-se de buracos e de danos às viaturas. Entretanto, a Administração Nacional de Estradas diz não ter dinheiro para fazer os trabalhos de reabilitação nem de manutenção da via.
Trata-se de um troço de 14 quilômetros, que parte do terminal da Matola Gare até a antiga fábrica da Coca-Cola quase todo degradado.
São buracos que aumentam a cada dia, poças de água e os resultados são danos nas viaturas, tal como explicaram os transportadores.
“A questão da estrada está muito crítica mesmo. Estamos a passar por vários buracos, quando chove, você passa por covas sem perceber. A estrada está péssima, está cheio de buracos e isso acaba criando muito engarrafamento”, lamentou um transportador.
Quem se faz à avenida Josina Machel, no município da Matola, deve inovar em manobras, para tentar salvar a sua viatura.
Nesta via, não precisa ser hora de ponta para haver congestionamento. Fileiras como registam-se o dia todo.
“Para você sair de lá para cá, você leva uma hora de tempo, 30 minutos por cá da estrada. Está super esburacada aquela estrada, não vale a pena”.
Devido a este problema, a actividade de transporte de passageiros tornou-se insustentável e prejudicial.
Porque se dizem agastados com o problema, os transportadores do terminal da Matola-Gare e da zona do Quilômetro 15 decidiram paralisar as actividades, sem previsão de retoma.
“A situação não ajuda, a estrada não está boa. A ideia, o plano, isto é, ficarmos mesmo por um bom tempo, temos de ter uma resposta exata. Não adianta também trabalharmos, enquanto os carros estão a ficar estragados”, explicou Clemente Joshua.
Muitos transportadores optaram por não levar as suas viaturas à estrada. Os poucos que o fizeram, simplesmente não carregavam passageiros.
A solução era mesmo, chegar a pé ao destino. E houve quem optou por voltar para casa, por não ver outra saída.
A Administração Nacional de Estradas reconhece que a situação, na avenida Josina Machel, é crítica, mas falta dinheiro para resolver o problema.
“ Está faltando dinheiro. O empreiteiro, infelizmente, não tem capacidade financeira para imediatamente se fazer ao terreno. E do nosso lado, estamos a enfrentar algumas dificuldades de desembolso. Estamos em negociações com o empreiteiro, quer com o fundo de estradas para ver se conseguimos arranjar alguma verba e pagar algumas faturas ao próprio empreiteiro. Nesta altura, estamos a ter dificuldades de desembolso.”
No mês de Março deste ano, a ANE até iniciou os trabalhos de manutenção e prometeu concluir em Novembro passado, o que não aconteceu e explica porquê.
“Infelizmente, as obras não decorreram de acordo com aquilo que era a nossa expectativa. Verificamos várias paralisações do ritmo das atividades. O empreiteiro, a dado momento, teve dificuldades muito sérias de aquisição de materiais, associado ao facto de que, nesta altura, não temos divisas e os materiais são adquiridos fora do país”.
Para já, não há datas para a retoma dos trabalhos. Enquanto isso, a FEMATRO condena a situação e exige soluções urgentes.
A última intervenção na avenida Josina Machel foi feita há seis anos.
Enquanto os problemas da mais recente degradação não são resolvidos, as viaturas permanecerão assim, a somar prejuízos.