Thursday, December 11, 2025
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Comércio Global Ruma Ao Recorde De 35 Biliões De Dólares Em 2025, Mas Sinais De Fragmentação E Fragilidade Macro Económica Levantam Interrogações Para 2026

[ai_summary timestamp=”10/12/2025 às 20:32″ summary=”A UNCTAD prevê que o comércio mundial atinja os 35 biliões de dólares em 2025, com um crescimento de cerca de 7%. No entanto, apesar do desempenho robusto, existem incertezas financeiras, reconfiguração geopolítica e desequilíbrios estruturais que podem tornar o cenário menos favorável a partir do próximo ano. O crescimento é impulsionado pelos volumes, não pelos preços, indicando uma procura real mas com menos suporte inflacionário. A Ásia Oriental e África estão a ganhar protagonismo, reforçando o peso do comércio Sul-Sul. A Ásia Oriental teve um crescimento de 9% nas exportações, impulsionado pelo comércio intra-regional, enquanto a África apresentou um desempenho expressivo, com crescimento nas importações e exportações, demonstrando expansão do consumo e maior integração nas cadeias regionais.”]

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>UNCTAD confirma crescimento robusto, mas incerteza financeira, reconfiguração geopolítica e desequilíbrios estruturais sugerem um cenário menos favorável a partir do próximo ano

O comércio mundial deverá atingir, pela primeira vez, a marca histórica dos 35 biliões de dólares em 2025, crescendo cerca de 7%, segundo o mais recente Global Trade Update da UNCTAD. O desempenho é robusto, mas ocorre num ambiente marcado por tensões geopolíticas, fragmentação das cadeias de valor, aumento dos custos financeiros e sinais preocupantes de desaceleração para 2026. Embora os números de 2025 revelem resiliência notável, o terreno estrutural em que este crescimento assenta permanece instável.

Crescimento Impulsionado Pelos Volumes, Não Pelos Preços, Indica Procura Real Mas Menos Suporte Inflacionário

A UNCTAD destaca que, após dois trimestres de expansão impulsionada por preços mais elevados, os valores do comércio de bens deverão recuar no final de 2025. A continuidade do crescimento deve-se, agora, ao aumento dos volumes físicos transaccionados. Esta inversão é significativa: sugere procura efectiva mais firme, mas menor suporte nominal à evolução do comércio. Serviços deverão crescer 2% no quarto trimestre e bens cerca de 0,5%, consolidando a trajectória ascendente.

Ásia Oriental E África Ganham Protagonismo E Reforçam O Peso Do Comércio Sul–Sul

Ásia Oriental avançou cerca de 9% nas exportações no último ano, impulsionada por um crescimento de 10% no comércio intra-regional, alimentado por cadeias industriais consolidadas, forte procura de componentes electrónicos e maior diversificação de mercados. África apresentou um desempenho igualmente expressivo, com importações a crescer 10% e exportações 6%, demonstrando expansão do consumo e maior integração nas cadeias regionais.

O comércio Sul–Sul continua a ser um dos motores globais, expandindo-se cerca de 8% a 10%. Segundo análises de diferentes centros económicos, esta tendência reflecte a ascensão estrutural das economias emergentes e o avanço de novas geografias industriais.

Por outro lado, novos dados do Le Monde indicam que a China registou um excedente comercial superior a 1 bilião de dólares em 2025, o que levanta preocupações globais sobre assimetrias estruturais, pressões proteccionistas e novos desequilíbrios comerciais.

Manufactura Avança, Mas Energia Fóssil E Automóvel Recuam — Mudança Estrutural Em Curso

A manufactura global cresceu cerca de 10% em 2025, com a electrónica a expandir 14% graças à procura associada à inteligência artificial, semicondutores e armazenamento de energia. Já a agricultura revelou dinamismo, com cereais e frutas a crescerem 11%.

Em direcção oposta, o comércio de combustíveis fósseis recuou devido à queda dos preços internacionais e menor procura. O sector automóvel registou uma contracção de 4% no ano, incluindo um abrandamento inesperado nas exportações de veículos eléctricos e híbridos, indicando saturação parcial de mercados e desafios competitivos crescentes.

Estas tendências sugerem uma transição estrutural da economia mundial para sectores tecnológicos e de maior valor acrescentado, enquanto sectores tradicionais enfrentam ajustamentos significativos.

Fragmentação Geopolítica E Políticas Industriais Agressivas Reconfiguram Cadeias De Valor

Segundo a UNCTAD e análises académicas recentes, está a ocorrer uma intensificação das estratégias de friendshoring e nearshoring, que reorientam cadeias produtivas para parceiros politicamente alinhados ou regiões geograficamente próximas. Isto reduz a interdependência global, aumenta a concentração comercial e acelera políticas industriais competitivas, sobretudo em tecnologias estratégicas.

Estudos recentes indicam que tensões políticas reduzem o comércio bilateral ao longo do tempo, especialmente quando combinadas com políticas industriais agressivas e controlo de tecnologias sensíveis. Esta tendência pode limitar o potencial de crescimento global a médio prazo.

Fragilidade Financeira É O Principal Risco Identificado Para 2026

Embora o comércio se mantenha resiliente, a UNCTAD alerta para o aumento dos riscos financeiros: custos de crédito mais elevados, volatilidade cambial, restrições de financiamento do comércio, níveis elevados de dívida e maior vulnerabilidade de países de baixo e médio rendimento. Estes factores poderão travar o dinamismo que marcou 2025.

Há também preocupações adicionais:

O relatório da UNCTAD prevê, por isso, que 2026 deverá apresentar crescimento mais fraco — possivelmente inferior a 4%.

Perspectiva — Resiliência Com Contradições Estruturais

O comércio mundial parece resiliente, mas essa resiliência convive com contradições profundas: fragmentação geopolítica, tensões industriais, finanças frágeis e maior risco de desaceleração económica. O marco histórico de 35 biliões de dólares é atingido num momento de transição global — e não de estabilidade consolidada.

Fonte: O Económico

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