Saturday, December 13, 2025
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WTI Caminha para Ganhos Semanais Impulsionado por Expectativas de Corte de Juros da Fed e Tensões Geopolíticas

[ai_summary timestamp=”05/12/2025 às 13:31″ summary=”O mercado petrolífero mundial encerrou a semana com alta volatilidade, mas sinais de firmeza, com o WTI a registar ganhos semanais sustentados pela expectativa de corte de juros da Fed, tensões EUA-Venezuela e instabilidade no Mar Negro. O Brent recuou 0,2% para 63,12 dólares por barril, enquanto o WTI caiu 0,3% para 59,49 dólares na sexta-feira. O WTI caminha para uma valorização semanal de 1,6%, marcando a segunda semana de ganhos, enquanto o Brent permanece estável. A probabilidade de corte de juros impulsiona a procura e os preços do petróleo, enfraquecendo o dólar e tornando as matérias-primas mais atrativas. As tensões entre EUA e Venezuela e a instabilidade geopolítica continuam a influenciar os preços do petróleo.”]

Petróleo mantém suporte apesar de queda diária, enquanto mercados avaliam riscos no Mar Negro, tensões entre EUA e Venezuela e negociações falhadas sobre a guerra na Ucrânia

O mercado petrolífero mundial encerra a semana sob um ambiente de alta volatilidade, mas com sinais de firmeza, particularmente no West Texas Intermediate (WTI), que se prepara para registar um ganho semanal sustentado pela expectativa de um corte de juros da Reserva Federal norte-americana (Fed), pelo agravamento das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela e pela persistente instabilidade geopolítica na região do Mar Negro. 

Na sessão de sexta-feira, o Brent recuou 0,2%, para 63,12 dólares por barril, enquanto o WTI caiu 0,3%, para 59,49 dólares. Apesar do recuo diário, o WTI caminha para uma valorização semanal de 1,6%, marcando a segunda semana consecutiva de ganhos, ao passo que o Brent permanece estável ao longo da semana.

Expectativas de corte de juros alimentam procura e sustentam preços

Um dos factores que mais contribuiu para o movimento de suporte nos preços foi a crescente probabilidade de um corte de 25 pontos base na próxima reunião da Fed. Segundo um inquérito da Reuters, 82% dos economistas antecipam uma redução das taxas de juro, o que poderá estimular o crescimento económico e reacender a procura global por petróleo — um elemento chave num mercado actualmente pressionado pela oferta abundante. 

A perspectiva de juros mais baixos tende a enfraquecer o dólar e a tornar as matérias-primas cotadas na moeda norte-americana mais atractivas, reforçando a recuperação do WTI.

Cenário geopolítico continua a ditar oscilações nos preços

A tensão entre os EUA e a Venezuela intensificou-se depois de o Presidente Donald Trump anunciar que Washington poderá iniciar “muito em breve” uma intervenção militar para travar actividades de narcotráfico. Uma acção deste tipo colocaria sob risco cerca de 1,1 milhões de barris por dia da produção venezuelana — volume maioritariamente exportado para a China — e teria impacto imediato na oferta global. 

A instabilidade no Mar Negro também permanece no centro das preocupações. Um ataque com drones ucranianos ao terminal marítimo do Consórcio do Pipeline do Cáspio (CPC) reduziu as exportações do Cazaquistão, contribuindo para a pressão ascendente nos preços. Paralelamente, dois petroleiros sancionados foram atingidos a caminho de um porto russo, intensificando as tensões em torno das exportações de petróleo da Rússia.

A tentativa de Washington de alcançar progressos nas negociações de paz em Moscovo falhou, frustrando expectativas de um eventual acordo que permitisse o retorno de barris russos ao mercado internacional. Sem esse alívio, o risco geopolítico permanece elevado e continua a sustentar os preços. 

OPEP+ mantém cortes e dá suporte adicional ao mercado

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) decidiu manter inalterados os níveis de produção até ao início do próximo ano, uma medida que confere algum suporte adicional aos preços e mitiga parcialmente o impacto do excesso de oferta. 

Apesar disso, o mercado continua a enfrentar um ambiente de abundância de crude, ampliado pela decisão da Arábia Saudita de reduzir o preço oficial de venda do Arab Light para a Ásia para o nível mais baixo em cinco anos — um sinal claro de competição agressiva num mercado saturado.

Equilíbrio delicado entre oferta e procura molda expectativas para as próximas semanas

Especialistas alertam que a trajectória dos preços nas próximas semanas dependerá da evolução simultânea de dois factores: a intensidade dos riscos geopolíticos e o comportamento da economia global.

Por um lado, qualquer escalada no conflito Rússia-Ucrânia ou nas tensões EUA-Venezuela poderia empurrar os preços para cima. Por outro, um possível acordo de paz envolvendo Moscovo, ou a normalização das exportações venezuelanas, teria efeito contrário, aumentando a oferta e pressionando os preços em baixa.

Ao mesmo tempo, um eventual corte de juros pela Fed poderá reforçar a procura e sustentar o WTI acima dos níveis actuais.

Para já, o mercado navega num ambiente de incerteza, mas com sinais de firmeza suficientes para assegurar ao WTI um segundo ganho semanal consecutivo — um indicador relevante num momento em que a dinâmica da oferta parece superar a da procura.

Fonte: O Económico

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