Indústria de roupa usada gera 200 mil empregos

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    A INDÚSTRIA de vestuário em segunda mão cria mais de 200 mil empregos, entre formais e informais, constituindo uma das principais fontes de sustento e dignidade para a população.

    Estes dados foram divulgados ontem, em Maputo, no âmbito da apresentação de um estudo que sintetiza o impacto deste sector na economia e no quotidiano dos moçambicanos.

    Vários painelistas, incluindo a antiga primeira-ministra Luísa Diogo, foram chamados a falar do sector, tendo defendido políticas para a produção têxtil, sem desconsiderar o contributo do comércio de roupa usada.

    Diogo apontou a fragilidade económica da maioria como uma das principais razões para a coexistência do vestuário usado e da produção têxtil nacional.

    Segundo afirmou, esta coexistência deverá manter-se até que a indústria nacional atinja uma maturidade capaz de responder às necessidades do mercado.

    “Estas duas variantes devem coexistir: a do vestuário usado e a da indústria têxtil, pois o impacto social é significativo. Se multiplicarmos 200 mil empregos por cinco chegamos a um milhão de pessoas em termos de agregado familiar”, sublinhou.

    Brian Mangwiro, autor do estudo, encomendado pela ADPP-Moçambique, destacou que este segmento de mercado cobre as necessidades de vestuário de 85% da população.

    Moçambique é o segundo maior importador de roupa usada, cuja cadeia é dominada pela ADPP, que possui centros de processamento e classificação da roupa na cidade da Beira.

    O investigador rebateu o que classificou como “mitos” sobre um alegado impacto negativo da roupa usada na indústria têxtil, explicando que a fragilidade do sector deve-se a diversos factores, sobretudo o reduzido investimento.

    Segundo o estudo, este segmento tem efeito transformador nas condições de vida das famílias, especialmente entre mulheres e jovens.

    Num momento em que se debate o futuro das importações de roupa usada, os intervenientes recomendam políticas informadas e atentas a aspectos como a gestão desta indústria, sobretudo a classificação da roupa e visão sobre a sustentabilidade ambiental.

    Moçambique importa 39 mil toneladas de roupa usada por ano, segundo dados de 2023, avaliadas em 84 milhões de dólares.

    Fonte: Jornal Noticias

     

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