TITOS MUNGUAMBE, em Nova Iorque
O Presidente da República, Filipe Nyusi, defendeu ontem que o multilateralismo é a melhor ferramenta para fazer face aos desafios que a humanidade enfrenta, observando que a resposta eficaz aos problemas globais requer reformas profundas, especialmente no que diz respeito à representação dos países em desenvolvimento nas Nações Unidas.
Discursando na Cimeira do Futuro, evento organizado no quadro da Assembleia-Geral das Nações Unidas, Nyusi apontou ser urgente restaurar a confiança dos povos nas instituições internacionais e no direito internacional, inclusivo.
Referiu que o multilateralismo não é simples opção, mas uma necessidade inequívoca e imperiosa para enfrentar os desafios complexos, sobretudo no âmbito da paz e segurança internacionais.
Buscando exemplos recentes da cooperação entre povos, Filipe Nyusi disse que a pandemia da covid-19 demonstrou o quão importante a interacção internacional para enfrentar crises globais.
Observou que apesar de ter sido de forma condicionada, a resposta multilateral coordenada foi fundamental para a gestão dos recursos destinados aos países vulneráveis.
Para Nyusi, são também desafios complexos que carecem de cooperação multilateral o terrorismo e o extremismo violento, pandemias, e mudança climáticas que induzem a desastres naturais.
“Para que a resposta aos desafios globais seja mais eficaz é necessário que sejam introduzidas reformas profundas no sistema multilateral, especialmente na representação dos países em desenvolvimento em posições de tomada de decisões, como o Conselho de Segurança”, reiterou.
O Chefe do Estado disse que qualquer ideia de prosperidade mundial sem o envolvimento do continente africano, com a sua população jovem e trabalhadora, rica diversidade e potencialidades, estaria condenada ao fracasso.
Refira-se que ainda ontem os Estados-membros da ONU comprometeram-se a traçar “um futuro melhor” para a humanidade afectada pelas guerras, pobreza e pelo aquecimento global, apesar da oposição de alguns países, incluindo a Rússia, à adopção do “Pacto para o Futuro”.
Depois de aturadas negociações até ao último minuto, a Rússia opôs-se ao texto do acordo, sem, no entanto, impedir a sua adopção, antes da abertura da “Cimeira do Futuro”.
Além de declarações de Estados-Membros da ONU, a “Cimeira do Futuro” inclui diálogos interactivos sobre temas como transformar a governança global e impulsionar a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável; ou reforçar o multilateralismo para a paz e a segurança internacionais.
Fonte: Jornal Noticias
